II Assembleia Popular Nacional:
na construção do Brasil que queremos
Nota de solidariedade aos estudantes e ao
povo haitiano
em luta contra a ocupação militar e por sua soberania
Tropas brasileiras da
MINUSTAH
invadiram na noite da ultima segunda-feira, 24 de Maio de 2010, a
Universidade
Estatal do Haiti (UEH) em Porto príncipe e prenderam um estudante da
Faculdade
de Etnologia.
Sob o pretexto de que
uma pedra
havia sido lançada contra um dos veículos da MINUSTAH, os soldados
brasileiros
invadiram as instalações da UEH utilizando cassetetes e gás
lacrimogêneo. Seqüestraram
livros, cadernos e laptops de vários estudantes, além de prender o
universitário
Mathieu Frantz Junior.
Esta conturbada ação
da MINUSTAH
ocorre justamente quando os estudantes da UEH e diversas organizações
populares
haitianas vêm realizando manifestações em repúdio à presença das
tropas
de ocupação da ONU no país entre outras pautas.
Nós, cerca de 500
lutadores e
lutadoras do povo reunidos em Brasília na “II Assembléia Popular: na
construção
do Brasil que queremos” voltamos
a afirmar, uma vez que desde a I Assembléia em 2005 estamos denunciando
isso, que a presença das tropas brasileiras no
Haiti
é inaceitável. Além de nos envergonhar como povo, fere duramente a
soberania do
heróico povo haitiano, que sofre todas as mazelas de anos de
exploração. Nosso
apoio deve ser material, de intercâmbio educacional e cultural, jamais
militar.
A ocupação militar da
nação
haitiana significa por si mesma, a negação de todos os princípios
básicos de
direito internacional público. Entre eles o direito à soberania
nacional dentro
do quadro transnacional de reciprocidade e solidariedade. O que as
Nações
Unidas estão gastando (cerca de 600 milhões de dólares por ano) para
manter as
tropas no Haiti deveria ser utilizado para resolver os problemas
fundamentais de seu povo: a falta de energia, alimentos, moradia,
educação,
emprego e principalmente na reconstrução da capital Porto Príncipe
assolada
pela terremoto do último dia 12 de janeiro de 2010, a partir de um
processo
decidido pelo seu povo e não atendendo aos interesses das empresas
transnacionais.
EXIGIMOS explicações
do governo
brasileiro com relação a esses atos
EXIGIMOS a
retirada das tropas militares do Haiti
EXIGIMOS
que o estudante Mathieu Franz Junior seja
solto imediatamente!
HAITI LIVRE E
SOBERANO!
Brasília, 27 de maio de 2010
Brasília, 27 de maio de 2010
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